A crítica socrática aos sofistas está tanto na cobrança pelos ensinamentos que eles dão quanto na manipulação que eles fazem dos conceitos para atender aos interesses de quem os contrata. Tal atitude mantém os homens na ignorância, sem desenvolver o verdadeiro conhecimento. Sócrates entende sua missão: ‘libertar’, os homens dessa ignorância. Sobre essa ‘missão’, ela teria tido início praticamente depois da visita de um amigo seu, Querofonte, ao oráculo de Delfos. Este, querendo saber se havia homem mais sábio do que Sócrates, obtém uma resposta negativa dos deuses, ou seja, Sócrates é o mais sábio. Ao receber o relato do amigo, e não se considerando sábio, Sócrates fica pensativo e resolve descobrir por que é considerado sábio. Intrigado, aborda um político considerado sábio e, na discussão descobre que este na realidade se considera sábio, sem saber de nada. Entende então que ele – Sócrates – é mais sábio por saber que nada sabe, ou seja, tem consciência de sua ignorância. Lembrando-se da inscrição na entrada do Templo de Delfos, o “conhece-te a ti mesmo”, e afirmando que “ de tudo quanto sabe só sabe que nada sabe”, Sócrates entende que o conhecimento está dentro do homem e que este o desconhece por não busca-lo. Para encontrá-lo, ele entende que é necessário produzir-se um ‘parto’, um “parto de idéias.” Neste sentido, Sócrates cria um método que, em homenagem a sua mãe, que era maieuta – parteira em grego -, chama-se maiêutico. “Parir idéias” é a proposta para o “conhecer-se a si mesmo”, encontrar a essência dos conceitos e compreender do que se está falando. É deixar o mundo da opinião e alcançar a ciência.
Por intermédio da maiêutica, ele mergulha no conhecimento, ainda superficial na etapa anterior, sem atingir, porém um saber absoluto. Ele utilizava este termo justamente porque se referia ao ato da parteira – profissão de sua mãe -, que traz uma vida á luz. Assim ele vê também a verdade como algo que é parido. Seu senso de humor costumava desorientar seus ouvintes, que na conclusão do debate acabavam admitindo seu desconhecimento. Deste diálogo nascia um novo conhecimento, a sabedoria. Um exemplo comum deste método é o conhecido diálogo platônico ‘Mênon’ – nele Sócrates orienta um escravo sem instrução a adquirir tal conhecimento que ele se torna capaz de elaborar diversos teoremas de geometria.
Referência: ARANHA,Maria Lúcia de Arruda, MARTINS, Maria Helena Pires - Filosofando Introdução a Filosofia – 4. ed. – São Paulo : Moderna, 2009.
A Maiêutica foi elaborada por Sócrates no século IV a.C. Através desta linha filosófica ele procura dentro do Homem a verdade. É famosa sua frase “Conhece-te a ti mesmo”, que dá início à jornada interior da Humanidade, na busca do caminho que conduz à prática das virtudes morais. Através de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica dá à luz idéias complicadas.
ResponderExcluirDisponível em: http://www.infoescola.com/filosofia/maieutica/
Acesso:12/05/12.
Sabe Edislaine, pelo que entendi Sócrates não se propunha a comunicar uma doutrina, não ensina nada, apenas comunica o estímulo e o interesse pela pesquisa. Nesse sentido, compara a sua arte à de sua mãe, sendo que a sua arte consiste basicamente em averiguar – por todos os meios – se o seu interlocutor tem para parir algo de fantástico e falso ou de genuíno e verdadeiro, declara-se estéril quanto à sabedoria, aceita como verdadeira a censura que muitos lhe dirigem de saber interrogar os outros, mas de nada sabe responder ele próprio.
ResponderExcluirDisponível no site: http://jus.com.br/revista/texto/8444/socrates-e-jesus-cristo. Acesso em 14/05/2012