Não há como educar fora do mundo. Nenhum educador,
nenhuma instituição educacional pode colocar-se à margem do mundo. A educação,
de qualquer modo que a entendamos, sofrerá necessariamente o impacto dos
problemas da realidade em que acontece, sob pena de não ser educação. Em função
dos problemas existentes na realidade é que surgem os problemas educacionais,
tanto mais complexos quanto mais incidem na educação todas as variáveis que
determinam uma situação. Deste modo, a “Filosofia
na educação” transforma-se em “Filosofia da Educação” enquanto
reflexão rigorosa, radical e global ou de conjunto sobre os problemas
educacionais. De fato, os problemas educacionais envolvem sempre os problemas
da própria realidade. A Filosofia da Educação apenas não os considera em si
mesmos, mas enquanto imbricados no contexto educativo. Penso que disto decorrem duas conseqüências muito simples,
óbvias até! A primeira é que todo educador
deve filosofar. Melhor ainda, filosofa sempre, queira ou não, tenha ou não
consciência do fato. A educação é o processo de tornar-se homem de
cada homem, é necessário refletir sobre o homem para que se possa saber o “para
onde” se deve orientar a educação. A
filosofia é, assim, norteadora de todo o processo educativo. O maior problema
educacional brasileiro sempre foi e ainda
é, a meu ver, o denunciado por Anísio Teixeira no título de uma de suas
obras principais: “Valores proclamados e valores reais na educação brasileira”.
Quer em nível de sistema, quer em nível de escola, proclamamos belíssimos princípios
filosófico-educacionais. Na prática, entretanto, caminhamos ao sabor das
ideologias e das novidades e – o que é pior – sem nos darmos conta da incoerência
existente entre nossas palavras e nossos atos.
O educando
deve filosofar, deve refletir sistematicamente, buscando as raízes dos problemas - seus e de seu tempo - de modo a formar uma “visão de mundo” e
adquirir criticamente princípios e valores que lhe orientem a vida.
Só assim serão homens e não robôs. É preciso, pois, municiá-lo de
instrumentos racionais e afetivos para que
se habitue a ser crítico, a não se contentar com qualquer resposta, a colocar
sempre e em tudo uma pitada razoável de dúvida, a cavar fundo e não se
intimidar perante a tarefa ingrata de estar sempre questionando e se
questionando.
É verdade Edislaine, não há, portanto, como fugir à filosofia no campo da educação. Ela se relaciona intimamente com a função nem sempre levada a sério e, não obstante, fundamental, de avaliar. De fato, a avaliação resume, de certo modo, ou acompanha como um vetor ou como um eixo orientador, todo o processo educacional. Ela se faz presente no início do processo, ao estabelecermos as metas, no seu decurso, quando traçamos e executamos as estratégia, no final, quando julgamos o que e quanto foi cumprido. Ora, avaliar é emitir juízos de valor e estes implicam sempre, queiramos ou não, consciente ou inconscientemente uma posição filosófica, uma filosofia.
ResponderExcluirA filosofia é, assim, norteadora de todo o processo educativo. O maior problema educacional brasileiro sempre foi e ainda é, a meu ver, o denunciado por Anísio Teixeira no título de uma de suas obras principais: “Valores proclamados e valores reais na educação brasileira”. Quer em nível de sistema, quer em nível de escola, proclamamos belíssimos princípios filosófico-educacionais. Na prática, entretanto, caminhamos ao sabor das ideologias e das novidades e – o que é pior – sem nos darmos conta da incoerência existente entre nossas palavras e nossos atos.
Uma palavra, talvez, resuma tudo o que tentamos dizer: a filosofia é o aval da educação!
Disponível no site: http://educalara.vilabol.uol.com.br/lara2.htm. Acesso em 21/05/2012.