segunda-feira, 30 de abril de 2012

ED02 - Platão e Aristóteles




Análise do Pensamento Educacional de Platão e Aristóteles 







            Platão busca construir o Estado ideal, tendo como base o pensamento socrático de que o homem é sua alma e, considerando o pensamento grego ele definirá este como ampliação da alma, apresentou três virtudes – sabedoria, coragem e temperança – que culminariam numa quarta, a justiça. Portanto condicionando o Estado ideal a um Estado virtuoso, ampliação das virtudes da alma, define-se este Estado como o que vive de acordo com sua natureza verdadeira. Platão vislumbra uma teoria política intimamente associada à alma em sua faculdade mais nobre, a razão.
            A partir da educação, que estaria a cargo do Estado e não da família, Platão desenvolve todo o projeto de constituição das classes e identificação das naturezas de cada um. Desde cedo enviados à escola, os futuros cidadãos seriam educados da mesma maneira, até determinada idade, quando seriam submetidas algumas provas. Nestas provas se identificaria a sua natureza, a sua função. Classificando as almas numa comparação com o ouro, a prata e o bronze, Platão estabelece a natureza dessas almas de acordo com a condição de superação das provas estabelecidas. Educadas por vários anos, tais almas seriam submetidas a provas durante o tempo de estudo, o que denotaria sua natureza as “Almas de bronze”, por exemplo, apresentariam uma sensibilidade grosseira, voltada para os apetites e, desta forma, constituiriam a terceira classe da cidade, a dos comerciantes, camponeses e artesãos. Não superariam a primeira prova, em torno dos vinte anos. As “almas de prata”, que desenvolveriam a virtude da coragem, seriam identificadas por mais uma prova, em torno dos trinta anos e, assim identificadas, constituiriam a classe dos guardiães guerreiros. Por fim, as “almas de ouro”, que permanecem até o término do processo educativo (em torno dos cinqüenta anos, mais ou menos), estariam aptas ao governo da cidade.
            Platão criou suas próprias idéias, demonstrando possuir um notável zelo pelo saber. A teoria dos dois mundos: mundo sensível e mundo inteligível ou mundo das idéias. "A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento".
            Aristóteles trabalha com a idéia de uma teleologia. Para ele tudo tem um telos, do grego fim, finalidade. A faca apresenta um telol: cortar. A cadeira tem o seu telos: serve para sentar. É um metafísico. Retomando a tese heraclitiana, Aristóteles entende que isto permite compreender o devir, ou seja, o vir-a-ser, o movimento defendido pelo pré-socrático. Retomando a questão a questão do ser, demonstra que ha diferença entre “ser alguma coisa” e “ser absolutamente”. O primeiro refere-se a um predicativo, ou seja, algo que atribuímos à substância ou ao ser. O segundo, por sua vez, é existencial, representando o necessário, aquilo que existe realmente, aquilo que é. Partindo desses pressupostos, criticará Platão e sua Teoria das Idéias. Para ele Platão não explica o ‘ser’ das coisas, pois, ao desvincular a essência da própria coisa, não resolve o problema do conhecimento, mas, apenas, demonstra a imperfeição deste mundo. Racionalista como Platão, Aristóteles, contudo considera que o inteligível platônico não resolve o problema. O conhecimento se dá não no inteligível, mas no próprio sensível.
            No entendimento aristotélico, os dois mundos – sensível e inteligível – fundem-se na substância como “aquilo que é em si mesmo”. Para explicar a substância, Aristóteles entende que ela possui dois atributos: a essência e o acidente. A primeira é o atributo que não pode faltar à substância, ou seja, sem esta não é possível entendermos a substância que se determina. O segundo, por sua vez, é um atributo facultativo. Aparecendo ou não na substância, nós a compreenderemos da mesma maneira. Para explicar o processo de transformação dos seres, recorre aos conceitos de forma e matéria, onde forma é o que faz com que uma coisa seja o que ela é, ou seja, ligada à essência, está no inteligível (que não é o platônico). “O homem é uma tabula rasa, pois é a partir do conhecimento que chega a experiência”. 

3 comentários:

  1. Platão viveu em Atenas, na Grécia, no século V. a. C., era de origem nobre, descendia da alta aristocracia; seu verdadeiro nome era Arístocles, Platão era um apelido, que significava ombros largos, um atributo considerado muito atraente entre os gregos na época. Demonstrou grande preocupação pelo cárcere representado pelo corpo, defendendo a ideia de que a morte era a libertação definitiva de um mundo ilusório.
    Para ele, a realidade percebida pelos sentidos é apenas uma cópia imperfeita daquilo que existe no pensamento, já que o percebido não passa de aparência.
    Aristóteles nasceu em Estagira no século IV. a. C., filho do médico pessoal do rei da Macedônia, na Grécia, indo para Atenas aos dezesseis anos de idade para estudar na Academia de Platão. O pensamento aristotélico parte do mesmo principio hierarquizado das ideias platônicas, distinguindo graus de conhecimento que transitam entre o mundo sensível e inteligível.
    No entanto, diferente de Platão, Aristóteles afirma que a realidade é formada pelo acumulo de graus. Embora as ideias expressem a verdade, este conhecimento é inútil, pois a realidade é uma junção de graus.
    Para Platão a matemática estaria no grau mais puro e verdadeiro do conhecimento da realidade, pertencendo completamente ao contexto das ideias, sendo pura abstração. Já para Aristóteles a matemática insere-se, neste contexto, como grau mais puro de conhecimento.
    Diferente de Platão, Aristóteles não considera que a matemática pertence ao mundo das ideias, sendo puramente intuitiva, precisando da soma dos graus para existir como conhecimento.
    Disponível em: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/01/teoria-do-conhecimento-na-antiguidade.html. Acesso em 30/04/2012

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  2. Platão e Aristóteles contribuíram de forma significativa na educação, que ao longo dos tempos vem sendo estudado os seus pensamentos e filosofias de vida, tendo grande importância para a educação contemporânea. Através da historia da educação, há muitos e muitos anos, busca-se uma educação voltada para o desenvolvimento pleno do homem e sua realização como cidadão. Hoje, a educação é o resultado do passado e preparação para o futuro, assim é necessário conhecermos a educação nos séculos anteriores, para que possamos entender o presente e o futuro.

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  3. mas se minha alma for de prata porem com alguns anos de estudo eu quero seguir e virar ouro eu tenho esse direito ? o que ocorre ?

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