Análise do Pensamento
Educacional de Platão e Aristóteles
Platão busca construir o Estado ideal, tendo como
base o pensamento socrático de que o homem é sua alma e, considerando o
pensamento grego ele definirá este como ampliação da alma, apresentou três
virtudes – sabedoria, coragem e temperança – que culminariam numa quarta, a
justiça. Portanto condicionando o Estado ideal a um Estado virtuoso, ampliação
das virtudes da alma, define-se este Estado como o que vive de acordo com sua
natureza verdadeira. Platão vislumbra uma teoria política intimamente associada
à alma em sua faculdade mais nobre, a razão.
A
partir da educação, que estaria a cargo do Estado e não da família, Platão
desenvolve todo o projeto de constituição das classes e identificação das
naturezas de cada um. Desde cedo enviados à escola, os futuros cidadãos seriam
educados da mesma maneira, até determinada idade, quando seriam submetidas
algumas provas. Nestas provas se identificaria a sua natureza, a sua função.
Classificando as almas numa comparação com o ouro, a prata e o bronze, Platão
estabelece a natureza dessas almas de acordo com a condição de superação das
provas estabelecidas. Educadas por vários anos, tais almas seriam submetidas a
provas durante o tempo de estudo, o que denotaria sua natureza as “Almas de
bronze”, por exemplo, apresentariam uma sensibilidade grosseira, voltada para
os apetites e, desta forma, constituiriam a terceira classe da cidade, a dos
comerciantes, camponeses e artesãos. Não superariam a primeira prova, em torno
dos vinte anos. As “almas de prata”, que desenvolveriam a virtude da coragem,
seriam identificadas por mais uma prova, em torno dos trinta anos e, assim
identificadas, constituiriam a classe dos guardiães guerreiros. Por fim, as
“almas de ouro”, que permanecem até o término do processo educativo (em torno
dos cinqüenta anos, mais ou menos), estariam aptas ao governo da cidade.
Platão
criou suas próprias idéias, demonstrando possuir um notável zelo pelo saber. A
teoria dos dois mundos: mundo sensível e mundo inteligível ou mundo das idéias. "A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento".
Aristóteles
trabalha com a idéia de uma teleologia. Para ele tudo tem um telos, do grego
fim, finalidade. A faca apresenta um telol: cortar. A cadeira tem o seu telos:
serve para sentar. É um metafísico. Retomando a tese heraclitiana, Aristóteles
entende que isto permite compreender o devir, ou seja, o vir-a-ser, o movimento
defendido pelo pré-socrático. Retomando a questão a questão do ser, demonstra
que ha diferença entre “ser alguma coisa” e “ser absolutamente”. O primeiro
refere-se a um predicativo, ou seja, algo que atribuímos à substância ou ao
ser. O segundo, por sua vez, é existencial, representando o necessário, aquilo
que existe realmente, aquilo que é. Partindo desses pressupostos, criticará
Platão e sua Teoria das Idéias. Para ele Platão não explica o ‘ser’ das coisas,
pois, ao desvincular a essência da própria coisa, não resolve o problema do
conhecimento, mas, apenas, demonstra a imperfeição deste mundo. Racionalista
como Platão, Aristóteles, contudo considera que o inteligível platônico não
resolve o problema. O conhecimento se dá não no inteligível, mas no próprio
sensível.
No
entendimento aristotélico, os dois mundos – sensível e inteligível – fundem-se
na substância como “aquilo que é em si mesmo”. Para explicar a substância,
Aristóteles entende que ela possui dois atributos: a essência e o acidente. A
primeira é o atributo que não pode faltar à substância, ou seja, sem esta não é
possível entendermos a substância que se determina. O segundo, por sua vez, é
um atributo facultativo. Aparecendo ou não na substância, nós a compreenderemos
da mesma maneira. Para explicar o processo de transformação dos seres, recorre
aos conceitos de forma e matéria, onde forma é o que faz com que uma coisa seja
o que ela é, ou seja, ligada à essência, está no inteligível (que não é o
platônico). “O homem é uma tabula rasa, pois é a partir do conhecimento que
chega a experiência”.